quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz Natal!!!!!

(ams)

Feliz, Feliz Natal! Aquele que faz com que nos lembremos das ilusões da nossa infância, que recorda ao avô as alegrias da sua juventude, e transporta ao viajante a chaminé e o seu doce lar!

Charles Dickens

domingo, 12 de dezembro de 2010

Exposição de Pintura de Arnaldo Macedo



"A Maçã entre o Homem e o Cávado"
25 de Novembro - 13 de Dezembro 2010
Amares

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ai que sede...

(ams)

Quanto maior é a sede, maior é o prazer em satisfazê-la.

Dante Alighieri

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O quotidiano recebido como mosca

( A. M. )
A mosca Albertina, que ele domesticava,
Vem agora ao papel, como um insecto-insulto,
Mas fingindo que o poeta a esperava ...

Quase mulher e muito mosca,
Albertina quer o poeta para si,
Quer sem versos o poeta.
Por isso fica, mosca-mulher, por ali...


Alexandre O´Neill

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ilusão

(ams)

«As ilusões», dizia-me o meu amigo, «talvez sejam em tão grande número quanto as relações dos homens entre si ou entre os homens e as coisas. E, quando a ilusão desaparece, ou seja, quando vemos o ser ou o facto tal como existe fora de nós, experimentamos um sentimento bizarro, metade dele complicada pela lástima da fantasia desaparecida, metade pela surpresa agradável diante da novidade, diante do facto real».


Charles Baudelaire



quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Avareza

(ams)

Eu já decidi que - «forretice»*, para nós outros portugueses, é ainda a única virtude que podemos cultivar com proveito.

Eça de Queiróz

*Forretice - o mesmo que avareza

domingo, 22 de agosto de 2010

Preguiça

(ams)

Prefiro deitar e dormir a levantar e trabalhar. Alguns chamam isso de preguiça, eu chamo de pensamento profundo.
Garfield

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Vaidade

(ams)

Aquilo em que se tem mais vaidade é o corpo. Mesmo que aleijado, há sempre um pormenor que nos envaidece. Compô-lo. Arranjá-lo. O careca puxa o cabelo desde o cachaço ou do olho do cú para tapar a degradação. O marreco faz peito. O espelho é para todos o grande dialogante. Passa-se a uma vitrina e olha-se de soslaio a ver como se vai. Uma mulher perfeita (e um homem) não inveja o intelectual, o artista. O inverso é que é. Muitas mulheres (e homens) cultivam a excepcionalidade do seu espírito ou engenho por complexo ou vingança. Quando se não tem já vaidade no corpo, está-se no fim. Mas mesmo num leito de morte nos queremos «compostos». «Não me descomponhas» — disse a marquesa de Távora ao carrasco, uns momentos antes de ser decapitada. Tomam-se providências para como se há-de ir no caixão. A degradação do corpo é a última coisa que se aceita. Hoje lavei o carro e vesti um calção para me não molhar. Dei uma vista de olhos ao espelho. Grumos, tumefacções pelas pernas. Não gostei. Não muito tempo. Lembrou-me um certo professor.


Vergílio Ferreira

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Gula

(ams)


Aqueles que apanham indigestões ou se embriagam, não sabem nem comer, nem beber.


Anthelme Brillat-Savarin

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Luxúria

(ams)

Não sustenham a respiração!
A luxúria é o orgulho do corpo; o amor é o orgulho da alma, um orgulho que não é mais que a luxúria da alma.
Alexander Puschkine

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Ira


(ams)

Os que são amargos por natureza dificilmente chegam a reconciliações, ficam zangados durante muito tempo e guardam ressentimento. Só ficam descansados quando tiverem retaliado. A vingança faz cessar a ira, pois faz nascer dentro deles um doce prazer, ao expulsar a amargura do sofrimento. Pois, se não conseguirem vingar-se, vivem como que a carregar um fardo pesado. Na verdade, é porque esta maneira de ser não se manifesta facilmente, que ninguém consegue demovê-los dos seus intentos vingativos, e é preciso muito tempo para se conseguir digerir a ira dentro de si.
É assim, pois, que pessoas deste género são as mais inoportunas que há tanto para os seus melhores amigos quanto para os próprios.

Aristóteles

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Inveja

(ams)

A inveja é a sombra obrigatória do génio e da glória, e os invejosos não passam, de forma odiosa, de admiradores rebeldes e testemunhas involuntárias. Não custa muito perdoar-lhes, quando existe o direito de me comprazer e desprezá-los. Posso mesmo estar-lhes, com frequência, grato pelo facto de o veneno da inveja ser, para os indolentes, um vinho generoso que confere novo vigor para novas obras e novas conquistas.
A melhor vingança contra aqueles que me pretendem rebaixar consiste em ensaiar um voo para um cume mais elevado. E talvez não subisse tanto sem o impulso de quem me queria por terra. O indivíduo verdadeiramente sagaz faz mais: serve-se da própria difamação para retocar melhor o seu retrato e suprimir as sombras que lhe afectam a luz.
O invejoso torna-se, sem querer, o colaborador da sua perfeição.
Giovanni Papini

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ao Ritmo da Maçã

Exposição de Pintura de Arnaldo Macedo
de 1 de Junho a 10 de Julho
Conservatório de Música de Felgueiras


domingo, 6 de junho de 2010

O passado já era...

(ams)

O passado é um labirinto e estamos nele, um passado não tem cronologia senão para os outros, os que lhe são estranhos. Mas o nosso passado somos nós integrados nele ou ele em nós. Não há nele antes e depois, mas o mais perto e o mais longe. E o mais perto e o mais longe não se lê no calendário, mas dentro de nós.
Vergílio Ferreira

sábado, 22 de maio de 2010

Não penses... Sonha!!!

(ams)

Não penses. Que raio de mania essa de estares sempre a querer pensar. Pensar é trocar uma flor por um silogismo, um vivo por um morto. Pensar é não ver. Olha apenas, vê. Está um dia enorme de sol. Talvez que de noite, acabou-se, como diz o filósofo da ave de Minerva. Mas não agora. Há alegria bastante para se não pensar, que é coisa sempre triste. Olha, escuta. Nas passagens de nível, havia um aviso de «pare, escute, olhe» com vistas ao atropelo dos comboios. É o aviso que devia haver nestes dias magníficos de sol. Olha a luz. Escuta a alegria dos pássaros. Não penses, que é sacrilégio.

Vergílio Ferreira

domingo, 25 de abril de 2010

Para lá da janela

(ams)

Vê, meu filho: estes olhos sem fundo
fitando o caminhante que este quadro contempla
(...)
Estes traços e cores, o vasto alento
que de mim pus neste espaço fugaz
irão levar-me longe, onde serei falado
por gentes de hoje que jamais verei,
por outras que o futuro há-de trazer-me.

José Bento

domingo, 18 de abril de 2010

A Viagem

(ams)

No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada...
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!


(…)

Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem...
Aonde iremos ter? — Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!

David Mourão-Ferreira

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cidade Infernal

(ams)

Diz: - Tudo é inútil, se o último local de desembarque tiver de ser a cidade infernal, e é lá no fundo que, numa espiral cada vez mais apertada, nos chupar a corrente.

Italo Calvino

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vida de Cão

(ams)

“ter uma vida de cão” - ter uma vida difícil (expressão idiomática)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Proa em Silêncio

(ams)

Farei do silêncio
uma proa de barco
da tua ausência um rio
d’árvores afogadas
Isabel Meyrelles

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Deixe-me em sossego

(ams)

«com o seu
— Tu
repentino, deixe-me em sossego mãe e no canto do cérebro que permanece alerta um divagar de sílabas, o que acontecerá aos seus vestidos a escorregarem das cruzetas, aos seus frascos de perfume, aos seus santinhos, o que me acontecerá a mim não mencionando envelhecer, é claro, ou seja os degraus conquistados um a um e o piano do coração aos trambolhões na escada rasgando cordas de veias (…)»

António Lobo Antunes

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Roda de fruta apetecível

(A.M.)

... Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios...

Uma roda de velhos seios despeitados,
Rabujando,
A pretexto de chá...
Engolfo-me num seio até perder
Memória de quem sou...
Alexandre O'Neill

sábado, 30 de janeiro de 2010

Retrete

(ams)

Há quem tenha uma energia secreta,
Autónoma e desgovernada.
Há quem tenha, quando acontece,
Da incógnita surpresa elevada
O outro lado negativo
Uma face de corrente suada…
Há quem absolutamente arrogante,
Sons agudos mudos lancinantes
De hélices que trituram o espaço
E guinam ao contrário dos sentidos
No frágil juízo de estilos inconstantes…

Augusto Canetas

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ideal Perdido

(ams)

Maldita sejas pelo Ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!
Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...
Olavo Bilac

sábado, 16 de janeiro de 2010

...:::...:::...

(ams)
Não te ataques com os atacadores dos outros.

Deixa a cada sapato a sua marcha e direcção.
O mesmo deves fazer com os açaimos.

E com os botões.

Alexandre O’Neill


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sonhos enferrujados

(ams)
A vida não é sonho, mas a urdidura dos sonhos pode iluminar e embelezar a trama da vida.
Giovanni Papini

sábado, 9 de janeiro de 2010

Nozes por cá...

(A.M.)


[...]
O que é a coragem?
É uma igreja dentro de uma noz.
[...]
João Rodrigues/Mário Cesariny

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O lorinhão escorreito


( A. M. )

O que é o suplício de tântalo?
É uma luz muito íntima que me aquece à noite.
....

Mário Cesariny

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A Espera

(ams)

Espero que o vento passe... escuro, lento — então, entrarei nele, cintilante, leve... e desapareço.

Al Berto